Somente
nas Cidades de Maputo, Beira e Nampula foram consumidas 8 milhões de sacos de
carvão em 2011. Segundo o último inventário florestal, feito pela Direcção
Nacional de Terras e Florestas, são estimados cerca de 16 milhões de m3 usados
para produzir carvão vegetal, um valor estimado em Madeira de 700 milhões de
dólares, mas gerando apenas 300 milhões de dólares no Mercado de carvão local.
Está-se por tanto queimando dinheiro.
No ano 2011, em Maputo foram consumidos 3 milhões de sacos de
carvão movimentando um mercado de US$ 70 milhões.
Do ponto de vista ambiental o impacto nas florestas da demanda por
carvão em Maputo é enorme, tanto é assim que hoje a produção de carvão que
atende a cidade vem de até 400 km de distância, quando a apenas 10 anos era
produzido na província. O motivo? Não há mais florestas.
Evidentemente, com maiores dificuldades de produzir e distribuir o
carvão na cidade, o preço também tende a aumentar. Entre 2010 -2012 o preço passou
de 250 mts o saco de carvão para os atuais 650mts, e nada impede que este preço
continue a subir.
Embora o carvão em Maputo ainda seja conveniente, no sentido de
ser vendido em diversos pontos e em diversas quantidades, o consumo mensal por
família nas zonas periurbanas, hoje varia entre 650 aos 750 meticais. Este novo
patamar de preços cria uma verdadeira oportunidade para a introdução do gás no segmento
de famílias de baixa renda.
De acordo com o estudo realizado recentemente pela SNV em uma
parceria com o FUNAE e o Conselho Municipal da Cidade, no bairro da Mafalala, 63%
das famílias já percebem o gás como uma alternativa ideal para a cozinha
doméstica. Neste bairro, 30% das famílias já combinam o carvão com o gás é tudo
indica isto seja uma tendência.
De acordo como o estudo, o consumidor de carvão hoje teria
condições e desejo de pagar pelo gás coisa que há apenas poucos anos, seria
impensável.
Os impactos negativos do uso do carvão ao meio ambiente, a
economia e a saúde da população justificam a necessidade de um esforço
coordenado entre os atores chave do sector para promover o uso do gás na
Cidade.
Neste breve artigo não há necessidade de entrarmos no mérito do
que é preciso ser feito, isto exige um verdadeiro diálogo multissectorial. Entre
tanto temos evidencias para reconhecer que a distribuição subsidiada de botijas de gás
de 3kg, ou mesmo que a subvenção das atuais de 9kg seja um passo importante para
facilitar que as 280 mil famílias que hoje utilizam carvão diariamente para
cozinhar em Maputo, possam migrar para o gás.
Tonar pessoas de baixa renda, clientes de gás, não é apenas um
grande desafio institucional, mas sobre
tudo uma importante oportunidade de mercado.
Seja como for, uma coisa parece bastante evidente…..
É tempo de gás!
É mesmo tempo de gás. Não podemos admitir que se continue a queimar dinheiro por conta de uma justificação infundada.
ResponderExcluir